Diambe apresenta um conjunto escultórico composto por quatro elementos que passeiam entre o real e o imaginado, que dialogam com o Rio de Janeiro e com o Passeio Público, com questões políticas dos processos de formação do Brasil, e com sua própria identidade.
Amor e saudade são duas esculturas similares que aludem aos dizeres inscritos nas pirâmides de Mestre Valentim: “à saudade do Rio” e “ao amor do público”. Dispostas uma na horizontal e outra na vertical, remetem ao Pão de Açúcar, conjunto de montanhas emblemático da paisagem carioca cujo nome evoca o modelo da empresa colonial que tinha no açúcar um de seus mais importantes ativos econômicos, financiando ciclos de violências.
A dangerous messenger II, uma esfera com espinhos pontiagudos, fala de seres que circulam e levam mensagens nem sempre bem-vindas. Vírus, pontas que ferem a pele, granadas e outros perigos invisíveis compõem uma paisagem que está longe de ser pacífica, ou pacificada.
A obra se completa com Meu nome é vento e vento é meu corpo, uma peça aerada falésia meteorito esponja-do-mar, um ser permeável cujos inúmeros pontos de entrada e saída permitem que as mensagens o atravessem sem destruí-lo.
Juntas, as quatro peças dialogam com a paisagem da Baía de Guanabara, aquela que se avistava a partir das franjas do Passeio Público de tempos passados. O banho de manganês a que o conjunto foi submetido estabelece mais um ponto de contato com a obra de Valentim, sendo o metal o elo entre o fazer de Diambe e o conjunto escultórico em bronze presente no Passeio.